terça-feira, 30 de março de 2010

Entardecer



Foi um lindo entardecer aquele em que nos conhecemos, apesar da chuva, do vento e do frio, pareceu-me lindo. Ambos abrigados, nos Jerónimos, parecia que as forças da natureza nos queriam juntar, segundos passaram, minutos também, não me lembro do que disseste, sei que respondi, sorrindo. Os minutos continuavam a passar e, quase uma hora depois,reparámos que já não chovia. Permanecíamos, no entanto, relutantes em partir, em virar as costas e terminar aquela aventura que nunca tinha começado. Começámos a caminhar continuando a conversa, o frio fazia sentir-se cada vez mais intensamente, um café impunha-se. Lá nos sentámos no Starbucks. Já não sentia o frio, apenas que tinha que ir, contudo só me apetecia ficar. Não, não foi amor à primeira vista,nada que se parecesse. Foi apenas uma conversa confortante, a descoberta de alguns gostos comuns, a vontade de voltar a confiar. O café chegou ao fim, já não havia mais desculpas, o adeus era agora.
Saí e já atravessava a estrada em frente aos pastéis mais famosos de Lisboa quando te sinto a meu lado: querias o meu número de telemóvel. Hesitei por breves instantes, o meu lado desconfiado sussurrou qualquer coisa, mas ignorei-o, não pensei que fosses ligar, pelo menos não nos próximos dias. Não te pedi o teu, o eléctrico chegou e tive mesmo que entrar.
Nessa noite recebi um sms: número desconhecido, mas mensagem elucidativa :)
Já lá vão umas semanas, muito mais sei a teu respeito, sei, também, que não tenho sido fácil. Não é fácil confiar, mas o teu carinho, a tua paciência, o teu respeito,têm-me conquistado.
Anseio pelos fins-de-semana, pelo calcorrear Lisboa, eu que pensava conhecer tanto e conhecia tão pouco.
Não sei até onde vamos, não sei mesmo se iremos, mas agora acho que o importante é o caminho que percorremos e a forma como o fazemos.
É tão bom deixar de estar dormente.