sexta-feira, 28 de agosto de 2009

National Geographic



Hoje aventurei-me aqui pelo burgo, passeei-me, pelas ruas, entrei nas poucas) lojas, conheci o senhor Joaquim do minimercado com hortaliças frescas: "é tudo muito fresquinho, menina". Conheci, também, a D. Ana ( cheguei à pouco, não me atrevo ainda a chamar-lhe ti Ana), da padaria. Dois óptimos lugares para fazer amizades, asseguro-vos porque já tenho promessa de que, mesmo que não possa ir logo de manhã, o pão, a hortaliça e a fruta fresquinhas não me irão faltar, desde que mande guardar no dia anterior.
Depois lá me sentei na esplanada do café, perto de casa, onde fui atendida pelo Luís, rapazote a sair dos teens e a entrar nos "ties" que além de me trazer uma biquinha e um pastel de nata (pronto, confesso que ando na fase da comida de conforto), também me adiantou que a vida me devia parecer muito vagarosa por aqui. Aparentemente, apesar do meu "recolhimento", já se vão sabendo algumas coisas a meu respeito. Lá lhe respondi que, de facto, era mais calmo mas que isso não era mau. Pareceu-me que o Luís me queria dizer mais alguma coisa mas foi chamado para outra mesa. Retomaremos a conversa noutro dia, por certo, pelo menos enquanto eu for a novidade cá do sitío, vou suscitando algum interesse.
Lá me deixei a ficar pela esplanada vendo o movimento, ou a falta dele, observando como a vida parece ser feliz , longe das correrias para os transportes ou das filas de trânsito.
Por esta altura devem-se estar a interrogar: " O que raio é que isto tem a ver com o National Geographic?"
Pois... nada. Mas estava eu nestas observações de esplanada, reparando na quietude do ambiente que me rodeia quando me lembrei de Sir David Attenborough e pronto aqui está a ligação.
PS. Apesar das observações do mundo que me rodeia, não esqueci os conselhos dos que tiveram a amabilidade de me visitar e, apesar de não ter comentado, tenho também "viajado" por alguns cantinhos e apreciado este outro mundo que também me era desconhecido. Estou na fase das descobertas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Just a moment in time


Não sei porquê estas palavras, acordaram comigo hoje e têem andado a incomodar-me ao longo do dia. Não sei explicar o que fazem dentro da minha cabeça mas não se vão embora e eu já tentei expulsá-las várias vezes. Talvez porque este seja apenas um momento na minha vida, o aqui e o agora é que são importantes, o ontem morreu o amanhã... quem sabe? É então este o momento que importa?!

Parece que esta frase define a minha vida, ou definirá todas as vidas? Não são as nossas vidas apenas um ponto no tempo? Então o que diferencia a minha vida da do barbudo, sentado, lá fora, no banco de jardim? Talvez a forma como preenchemos esse momento.

Para mim tudo isto continua confuso. Escrever é um acto de solidão, escrever num blog é um acto de solidão acompanhada. Mas eu não sou uma solitária, nunca fui e recuso-me a sê-lo. A vida é para ser partilhada com amor, sorrisos, ternura e lágrimas.Com todos os gostos e desgostos que nos fazem crescer. Por isso, esta escrita não será fluente, o discurso, esse, não será provavelmente coerente. Sou uma mulher de palavras ditas e não escritas.

Não sei o que faço aqui, há vida lá fora, as pessoas passam, conversam e riem, a criançada grita .Como é bom ouvir os gritos das crianças e pensar que ainda conservam uma inocência que fatalmente perderão.

Que faço, então aqui? Que faço neste acto de solidão acompanhada? Não estarei a perder o meu "moment in time"?

Não tenho pretensões a escritora, tão pouco a filósofa. Este não vai ser um blog temático. Vai estar, como eu, entre o tudo e o nada, entre o hoje e o amanhã. Será uma porta aberta para todos os que vierem por bem e queiram conversar, beber um copo e estar, de preferência sem fumar, mas como respeito todos os meus amigos, se não puderem deixar de o fazer arranja-se um cantinho.